Definição
A taquicardia ventricular caracteriza-se pelo aumento da frequência cardíaca a partir de um estímulo iniciado nas câmaras inferiores do coração (ventrículos).
Nomes alternativos
Taquicardia de complexo largo; Taqui V; Taquicardia – ventricular
Causas
Na taquicardia ventricular, a frequência do pulso está acima de 100 batimentos por minuto, com pelo menos três batimentos cardíacos irregulares em sequência.
A condição pode se desenvolver como uma complicação precoce ou tardia de um ataque cardíaco. Também pode ocorrer em pacientes com:
- Cardiomiopatia
- Insuficiência cardíaca
- Cirurgia do coração
- Miocardite
- Doença cardíaca valvar
No entanto, a taquicardia ventricular pode ocorrer sem doença cardíaca.
Tecido cicatricial pode se formar no músculo dos ventrículos dias, meses ou anos após um ataque cardíaco, podendo levar à taquicardia ventricular.
A taquicardia ventricular também pode ser causada por:
- Medicamentos antiarrítmicos (usados no tratamento de ritmos cardíacos anormais)
- Alterações da química do sangue (como, por exemplo, baixo nível de potássio)
- Alterações de pH (ácido-base)
- Falta de oxigênio suficiente
Torsade de pointes é uma forma de taquicardia ventricular que muitas vezes se deve a doença cardíaca congênita ou ao uso de certos medicamentos.
Sintomas
Você poderá apresentar sintomas se a frequência cardíaca durante um episódio de taquicardia ventricular for muito alta ou durar mais do que alguns segundos. Sintomas podem incluir:
- Desconforto no tórax (angina)
- Desmaio (síncope)
- Tontura ou vertigem
- Sensação de sentir o coração batendo (palpitações)
- Falta de fôlego
Os sintomas podem começar e parar repentinamente. Em alguns casos, não há sintomas.
Sinais e exames
O seu médico realizará um exame físico e poderá encontrar:
- Ausência de pulso
- Perda de consciência
- Pressão sanguínea normal ou baixa
- Pulsação acelerada
Exames podem ser realizados para detectar a taquicardia ventricular, incluindo:
- Monitor Holter
- Eletrocardiograma (ECG)
- Estudo eletrofisiológico intracardíaco
- Monitoramento do ritmo cardíaco com um gravador de eventos cardíacos (loop recorder)
Exames da química do sangue e outros exames podem ser feitos.
Tratamento
O tratamento depende dos sintomas e do tipo de doença cardíaca.
Se a taquicardia ventricular se transformar em uma situação de emergência, pode ser necessário:
- Reanimação cardiorrespiratória
- Desfibrilação elétrica ou cardioversão (choque elétrico)
- Medicamentos antiarrítmicos (tais como lidocaína, procainamida, sotalol ou amiodarona) intravenosos
Após um episódio de taquicardia ventricular, passos são tomados para prevenir novos episódios.
- Medicamentos por via oral podem ser prescritos pelo seu médico para o tratamento no longo prazo. No entanto, estas drogas podem ter efeitos colaterais graves. Elas são usadas com menor frequência atualmente à medida que outros tratamentos estão sendo desenvolvidos.
- Um procedimento para destruir o tecido do coração que está causando batimentos cardíacos anormais, chamado ablação, pode ser feito.
- Pode ser utilizado um cardioversor-desfibrilador implantável, um dispositivo que detecta qualquer batimento cardíaco acelerado e com risco de morte (arritmia). Se ocorrer uma arritmia, o cardioversor-desfibrilador implantável enviará um choque elétrico ao coração imediatamente, trazendo o ritmo cardíaco de volta ao normal. Tal processo é chamado de desfibrilação.
Expectativas (prognóstico)
O resultado depende das condições do coração e sintomas.
Complicações
A taquicardia ventricular pode não causar sintomas em algumas pessoas. Contudo, pode ser letal em outras pessoas. Esta é a principal causa de morte súbita por motivos cardíacos.
Quando contatar um profissional de saúde
Vá ao pronto-socorro ou ligue para o número de emergência local (como 192) se tiver o pulso irregular, acelerado, desmaio ou dor no tórax. Todos esses podem ser sinais de taquicardia ventricular.
Prevenção
Em alguns casos, o distúrbio não é evitável. Em outros casos, ele pode ser evitado tratando doenças cardíacas e evitando certas drogas.