Pancreatite aguda

Definição

A pancreatite aguda é um quadro de instalação rápida que consiste na inflamação e edema do pâncreas.

Nomes alternativos

Pancreatite por litíase biliar; Pâncreas – inflamação

Causas

O pâncreas é um órgão localizado atrás do estômago que produz os hormônios insulina e glucagon, bem como substâncias químicas chamadas enzimas, necessárias para a digestão adequada dos alimentos.

Normalmente, as enzimas são ativadas somente depois de atingirem o intestino delgado.

  • Se as enzimas são ativadas dentro do pâncreas, elas podem destruir o tecido pancreático, causando edema, sangramento e lesão do órgão e dos vasos sanguíneos.
  • Tal condição é chamada pancreatite aguda.

A pancreatite aguda afeta mais homens do que mulheres. Determinadas doenças, cirurgias e hábitos fazem com que você tenha mais probabilidade de desenvolver essa condição.

  • Alcoolismo pode estar associado ao desenvolvimento de pancreatite aguda. Consumir cerca de 5 a 8 doses de álcool por dia por mais de 5 anos pode causar dano pancreático.
  • Cálculos da vesícula biliar são outra causa comum. Quando os cálculos biliares saem da vesícula para os dutos biliares, eles podem bloquear a abertura pela qual a bile e as enzimas pancreáticas são drenadas. Bile e enzimas se acumulam no pâncreas, causando inflamação.
  • Em alguns casos, fatores genéticos podem desempenhar um papel no desenvolvimento da pancreatite aguda. Algumas vezes, não há causa conhecida.

Outras condições que estão associadas à pancreatite são:

  • Doenças autoimunes (quando o sistema imunológico ataca o próprio corpo)
  • Lesão dos dutos ou do pâncreas durante uma cirurgia
  • Níveis sanguíneos elevados de uma gordura chamada triglicerídeos, mais frequentemente acima de 1000 mg/dl
  • Lesão do pâncreas devido a um acidente

Outras causas incluem:

  • Após certos procedimentos utilizados para diagnosticar problemas da vesícula biliar e do pâncreas (por exemplo, colangiografia retrógrada endoscópica) ou biópsia guiada por ultrassom
  • Fibrose cística
  • Hiperparatireoidismo
  • Síndrome de Reye
  • Uso de certos medicamentos (especialmente estrogênios, corticosteroides, sulfonamidas, tiazidas e azatioprina)
  • Certas infecções que envolvem o pâncreas

Sintomas

O sintoma principal da pancreatite é dor abdominal sentida no lado esquerdo superior ou no centro do abdome.

A dor:

  • Pode piorar minutos após comer ou beber, especialmente no caso de alimentos ricos em gordura
  • Torna-se constante e mais grave, durando vários dias
  • Pode piorar quando você está deitado de costas
  • Pode irradiar para as costas ou abaixo da escápula esquerda

As pessoas com pancreatite aguda frequentemente parecem doentes e têm febre, náuseas, vômitos e sudorese.

Outros sintomas que podem ocorrer com essa doença incluem:

  • Fezes com cor de argila
  • Repleção abdominal (gases)
  • Soluços
  • Indigestão
  • Amarelamento brando da pele e da parte branca dos olhos (icterícia)
  • Abdome inchado

Sinais e exames

O médico realizará um exame físico, que poderá mostrar:

  • Sensibilidade ou massa abdominal
  • Febre
  • Pressão arterial baixa
  • Frequência cardíaca alta
  • Frequência respiratória alta

Testes laboratoriais poderão mostrar a liberação de enzimas pancreáticas, incluindo:

  • Alto nível de amilase no sangue
  • Alto nível de lipase sérica no sangue
  • Alto nível de amilase na urina

Outros exames de sangue que podem ajudar a diagnosticar a pancreatite ou suas complicações incluem:

  • Hemograma completo
  • Painel metabólico abrangente

Exames de imagem que podem mostrar a inflamação do pâncreas incluem:

  • Tomografia computadorizada abdominal
  • Ressonância magnética abdominal
  • Ultrassom abdominal

Tratamento

Frequentemente, o tratamento requer a permanência no hospital e pode envolver:

  • Medicamentos para a dor
  • Fluidos por via intravenosa
  • Interrupção de alimentos ou líquidos pela boca para limitar a atividade do pâncreas

Uma sonda poderá ser inserida pelo nariz ou pela boca para remover o conteúdo do estômago, especialmente não houver melhora dos vômitos e da dor, podendo permanecer por até 2 semanas.

O tratamento da condição que causou a pancreatite pode evitar ataques repetidos.

Em alguns casos, a terapia é necessária para:

  • Drenar líquido acumulado dentro e ao redor do pâncreas
  • Remover cálculos biliares
  • Resolver o bloqueio do duto pancreático

Nos casos mais graves, cirurgia é necessária para remover tecido pancreático morto ou infeccionado.

Continue a evitar fumo, bebidas alcoólicas e alimentos gordurosos mesmo depois que a fase aguda da doença tiver passado.

Expectativas (prognóstico)

Na maioria dos casos, os sintomas passam em uma semana. No entanto, alguns casos podem envolver risco de morte.

A taxa de mortalidade é aumentada se:

  • Houver sangramento do pâncreas 
  • Problemas do fígado, do coração e dos rins também estiverem presentes
  • Houver formação de um abscesso no pâncreas 
  • Houver morte ou necrose de uma grande quantidade de tecido pancreático 

Ocasionalmente, poderá não haver cura completa do edema e da infecção, ou episódios repetidos de pancreatite podem ocorrer, levando à lesão crônica do pâncreas.

Complicações

A pancreatite pode retornar. A probabilidade de um novo episódio de pancreatite depende da sua causa e da resposta ao tratamento. As complicações podem incluir:

  • Insuficiência renal aguda
  • Síndrome do desconforto respiratório agudo
  • Acúmulo de líquido no abdome (ascite)
  • Cistos ou abscessos no pâncreas
  • Insuficiência cardíaca

Quando contatar um profissional de saúde

Entre em contato com o seu médico se:

  • Você tiver dor abdominal intensa e constante
  • Você desenvolver outros sintomas de pancreatite aguda

Prevenção

Você pode reduzir o risco de episódios novos ou repetidos de pancreatite adotando medidas para prevenir as condições médicas que podem levar à doença:

  • Não beba álcool em excesso.
  • Mantenha o cartão de vacinas das crianças atualizado para protegê-las contra caxumba e outras doenças da infância.
  • Procure tratamento para condições que possam levar a níveis elevados de triglicerídeos no sangue.