HIV/AIDS

Definição

O vírus da imunodeficiência adquirida (HIV) é o responsável por causar a AIDS. Quando uma pessoa é infectada pelo HIV, o vírus ataca e enfraquece o sistema imunológico. Como consequência, há risco de infecções e tumores potencialmente fatais. Quando isso acontece, a doença é chamada AIDS. Uma vez que a pessoa adquire o vírus, ele permanece dentro do corpo por toda a vida.

Nomes alternativos

Infecção por HIV; Infecção – HIV; Vírus da imunodeficiência humana; Síndrome da imunodeficiência adquirida

Causas

O vírus pode ser transmitido de uma pessoa a outra:

  • Por contato sexual
  • Pelo sangue: via transfusões de sangue (atualmente extremamente raro) ou por compartilhar agulhas
  • De mãe para filho: uma mulher grávida pode transmitir o vírus para o feto pela circulação sanguínea compartilhada ou uma mulher amamentando pode transmitir o vírus para o bebê através do leite materno

O vírus não é transmitido por:

  • Contato casual, como abraços
  • Mosquitos
  • Participação em esportes
  • Tocar objetos que foram tocados por uma pessoa infectada pelo vírus

Em relação ao HIV e a doação de sangue ou órgãos:

  • O HIV não é transmitido para uma pessoa que doa sangue ou órgãos. As pessoas que doam órgãos nunca estão em contato direto com aqueles que os recebem. Da mesma maneira, uma pessoa que doa sangue nunca entra em contato com a pessoa que recebe. Em todos esses procedimentos, são utilizadas agulhas e instrumentos esterilizados.
  • Entretanto, o HIV pode ser transmitido para uma pessoa que recebe sangue ou órgãos de um doador infectado. Para reduzir o risco, os bancos de sangue e os programas de doação de órgãos examinam doadores, sangue e tecidos exaustivamente.

As pessoas com maior risco de contrair HIV são:

  • Usuários de drogas injetáveis que compartilham agulhas
  • Bebês nascidos de mães com HIV que não receberam o tratamento contra o HIV durante a gravidez
  • Pessoas que praticam sexo sem proteção, principalmente com outras que têm comportamento de alto risco, que sejam HIV positivos ou que tenham AIDS
  • Pessoas que receberam transfusões de sangue ou produtos coagulantes antes que a triagem do vírus se tornasse uma prática padrão (iniciada em 1985 pelo Hemocentro de Brasília, obrigatória nacionalmente a partir de 1988 pelo Ministério da Saúde)
  • Parceiros sexuais de pessoas que participam de atividades de alto risco (como o uso de drogas injetáveis ou sexo anal)

Após infecção pelo HIV, o vírus pode ser encontrado em diferentes fluidos e tecidos corporais.

  • Estudos mostram que somente o sangue, o sêmen, as secreções vaginais e o leite materno transmitem a infecção para outras pessoas.
  • O vírus também pode ser encontrado na saliva, lágrimas e líquido cefalorraquidiano.

Sintomas

Os sintomas relacionados à infecção aguda pelo HIV (quando a pessoa é infectada) podem ser semelhantes à gripe ou outras doenças virais. Eles incluem:

  • Febre e dores musculares
  • Dor de cabeça
  • Dor de garganta
  • Suor noturno
  • Feridas bucais, incluindo infecção fúngica (candidíase)
  • Linfonodos inchados
  • Diarreia

Muitas pessoas não apresentam sintomas inicialmente quando infectadas pelo HIV.

A infecção aguda pelo HIV evolui ao longo de algumas semanas a meses para se tornar uma infecção assintomática pelo HIV (sem sintomas). Este estágio pode durar 10 anos ou mais. Durante este período, a pessoa pode não suspeitar que está infectada pelo HIV, mas ela pode transmitir o vírus para outras pessoas.

Se não tratadas, quase todas as pessoas infectadas pelo HIV desenvolverão AIDS. Algumas pessoas desenvolvem AIDS dentro de alguns anos após a infecção. Outras permanecem completamente saudáveis após 10 ou mesmo 20 anos.

Pessoas com AIDS tiveram seu sistema imunológico danificado pelo HIV. Elas têm um risco muito alto de contrair infecções, chamadas oportunistas, que são incomuns em pessoas com sistema imunológico saudável. Infecções oportunistas podem ser causadas por bactérias, vírus, fungos ou protozoários, podendo afetar qualquer parte do corpo. As pessoas com AIDS também têm risco aumentado para certos tipos de câncer, especialmente linfomas e sarcoma de Kaposi, um tipo de câncer de pele.

Os sintomas dependem da infecção específica e da parte do corpo infectada. As infecções pulmonares são comuns na AIDS e geralmente causam tosse, febre e falta de ar. As infecções intestinais também são comuns e podem causar diarreia, dor abdominal, vômitos ou problemas de deglutição. Perda de peso, febre, suores, erupções cutâneas e linfonodos inchados são achados comuns em pessoas com infecção pelo HIV e AIDS.

Sinais e testes

TESTES DE DIAGNÓSTICO

Estes são testes que são realizados para verificar se você foi infectado pelo vírus. Em geral, o teste é realizado em 2 etapas:

  • Teste de triagem. Existem vários tipos de testes. Alguns são exames de sangue, outros são testes da saliva. Eles verificam se há anticorpos contra o vírus do HIV, antígenos ou ambos. O resultado de alguns testes de triagem sai em 30 minutos ou menos.
  • Teste de acompanhamento ou confirmação. Muitas vezes, é feito quando o teste de triagem é positivo.

Testes de farmácia foram recentemente aprovados. Se você pretende usá-lo, verifique se ele é aprovado pela Anvisa. Siga as instruções na embalagem para garantir que os resultados sejam tão precisos quanto possível. Alguns especialistas recomendam que todas as pessoas entre 15 e os 65 anos façam teste de triagem para o HIV. Pessoas com comportamento de risco devem ser testadas regularmente. Mulheres grávidas também devem realizar um teste de triagem.

TESTES APÓS SER DIAGNOSTICADO COM HIV

Pessoas infectadas pelo HIV geralmente realizam exames de sangue regularmente para verificar a contagem de células CD4:

  • As células CD4 são as células sanguíneas que sofrem ataque do vírus HIV. Elas também são chamados de células T4 ou células T auxiliares.
  • À medida que o HIV danifica o sistema imunológico, a contagem de CD4 diminui. Uma contagem normal de CD4 é de 500 a 1.500 células/mm3 de sangue.
  • As pessoas geralmente desenvolvem sintomas quando a contagem de CD4 cai abaixo de 350. Complicações mais graves ocorrem quando a contagem de CD4 cai para 200. Quando a contagem é inferior a 200, a pessoa tem AIDS.

Outros testes incluem:

  • Nível de ARN do HIV ou carga viral, para verificar a quantidade de HIV no sangue
  • Um teste de resistência para ver se o vírus tem alguma resistência aos medicamentos usados para tratar o HIV
  • Hemograma completo, bioquímica e exame de urina
  • Testes para outras infecções sexualmente transmissíveis
  • Testes para tuberculose
  • Papanicolau para triagem de câncer do colo de útero
  • Citologia (esfregaço) para triagem de câncer anal

Tratamento

O HIV/AIDS é tratado com medicamentos que impedem a multiplicação do vírus. Este tratamento é chamado de terapia anti-retroviral.

No passado, recomendava-se tratamento apenas após diminuição da contagem de CD4 ou complicações do HIV. Hoje, o tratamento do HIV é recomendado para todas as pessoas com infecção pelo HIV, mesmo que a contagem de CD4 ainda esteja normal.

Exames de sangue são realizados regularmente para garantir que a quantidade de vírus no sangue (carga viral) seja mantida baixa. O objetivo do tratamento é baixar a quantidade de vírus no sangue para um nível tão baixo que o teste não poderá detectá-lo. Isso é chamado de carga viral indetectável.

Se houve diminuição da contagem de CD4 antes do início do tratamento, geralmente haverá aumento gradual após o início do tratamento. As complicações do HIV muitas vezes desaparecem à medida que o sistema imunológico se recupera.

Grupos de apoio

Muitas vezes, participar de grupos de apoio em que os membros compartilham experiências pode ajudar a diminuir o estresse emocional de doenças crônicas.

Expectativas (prognóstico)

Com o tratamento, a maioria das pessoas com HIV/AIDS pode ter uma vida saudável e normal.

Os tratamentos atuais não curam a infecção. Os medicamentos só funcionem se tomados regularmente todos os dias conforme orientação médica. Se o tratamento é interrompido, a carga viral aumentará e a contagem de CD4 irá diminuir. O uso irregular de medicamentos também poderá resultar em resistência do vírus a um ou mais medicamentos, e o tratamento poderá não funcionar mais.

Pessoas em tratamento precisam de consultas de acompanhamento regulares para verificação da eficácia dos medicamentos e observação de possíveis efeitos colaterais.

Quando contatar um profissional de saúde

Marque uma consulta com seu médico se tiver algum dos fatores de risco para a infecção por HIV ou se desenvolver os sintomas da AIDS. Os resultados de exames de HIV são confidenciais. Seu médico discutirá os resultados do exame com você.

Prevenção

Medidas de prevenção incluem:

  • Faça o teste. Pessoas que não sabem que foram infectadas e que se sentem saudáveis são mais propensas a transmitir o HIV para outras pessoas.
  • Não utilize drogas ilícitas nem compartilhe agulhas ou seringas. Muitas comunidades têm programas de fornecimento de agulhas, em que você pode desfazer-se das seringas usadas e obter seringas novas esterilizadas. Esses programas também podem oferecer referências para o tratamento da dependência.
  • Evite o contato com o sangue de outra pessoa. Se possível, use vestimenta adequada, máscaras e óculos protetores durante o atendimento de pessoas feridas.
  • Qualquer pessoa que tenha um exame positivo para HIV pode transmitir a doença e não deve doar sangue, plasma, órgãos ou esperma.
  • Mulheres HIV positivas que queiram engravidar devem buscar aconselhamento sobre o risco para o feto e os métodos para evitar que o bebê seja infectado. O uso de certos medicamentos reduz drasticamente a probabilidade de que o bebê seja infectado durante a gravidez.
  • Mulheres infectadas pelo HIV devem evitar amamentar para impedir que o HIV seja transmitido a seus bebês através do leite materno.

Práticas de sexo seguro, como o uso de preservativos (camisinha), são altamente eficazes para prevenir a transmissão do HIV. No entanto, ainda há risco de contrair a infecção mesmo com o uso de preservativos (por exemplo, se a camisinha estourar). A abstinência é a única forma segura de evitar a transmissão sexual do HIV.

Os pacientes HIV positivos que tomam medicamentos antirretrovirais têm menos probabilidade de transmitir o vírus.

A transmissão através de sangue doado é extremamente rara. Praticamente todas as pessoas infectadas com HIV por transfusões de sangue receberam essas transfusões antes de 1988, ano em que passou a ser feito o exame de HIV em todo o sangue doado.

Se você considera ter sido exposto ao HIV, procure atendimento médico imediatamente. O tratamento imediato com drogas antivirais (até 3 dias) pode reduzir a probabilidade de que você seja infectado. Este tratamento é chamado de profilaxia pós-exposição (PEP) e tem sido utilizado para impedir a transmissão para trabalhadores da área da saúde que sofreram acidente perfurocortante .